Estrada vazia
Tão cheia de brisa
Brisa que me indica a direção
Caminho assombrado
De medos passados
Forrado de angústias
Passos com ardor
Ás vezes há frestas
E a luz se entrega
E os olhos capitam o azul
A cor se anuncia
O verde se anima
E até nascem flores
E o caminho se torna o céu
Mas se o céu for o véu
Que cobre o verdadeiro andor
Por onde desfilam
O tédio e a solidão
Por onde andam o arpão e o cão
De que adianta lírios
Plantados no exílio
De que adianta sóis
Pintados nos lençóis
De que adianta sonhos
Se já não há telões
De que adianta o frio
Se não há cobertor
Palavras encorajam
Os pés dilacerados
E o pulmão ofegante
É o mártir no final
E não se enxerga nada,
Nem sempre há sensações
E os calcanhares levam
Grilhões.
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