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quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Coisa de mulher

O universo feminino é cheio de graça, cor, elegância, carinho, as mulheres adoram serem mães ou visitar suas mães, adoram fazer compras e adoram serem generosas, elas cozinham de salto e fazem um relatório passando batom, elas amam filme romântico, o galã da moda e fazer dieta, e essa última pode vir como necessidade, paranóia ou desespero, não importa como, ela vem. Você já viu alguma mulher dizer que nunca fez dieta? A Cris tava numa onda de que precisava emagrecer urgentemente e quem tem urgência e desespero a primeira coisa que faz é pesquisar dieta e lá foi a Cris fazer a dieta da melancia, 7 dias comendo só melancia, chegou no oitavo dia ela tinha emagrecido? Tinha…450 gramas.
Desolada e meio puta da vida ela pensou: “Fruta pode até não dar em nada, mas a lua é poderosa, é um negócio de magia, vou tentar”.
Um mês de dieta da lua, resultado, quando a noite chega se ela olhar pro céu manda a lua pra puta que pariu, a mulher ficou enlouquecida de raiva, mas raiva não adianta nada, só engorda, então ela resolveu fazer direito, procurou um médico.
Marcou consulta, foi lá, chegando no consultório não é que o médico era a cara do Costinha? “Gente o Costinha não morreu!”, olha foi difícil não rir e o cara falava igual ao morto, meio mole, foi um Deus nos acuda mas ela entrou firme e forte. O médico podia não ser o Costinha, mas era gagá, além de falar baixo perguntou o nome dela três vezes e ainda escreveu errado no pedido de exame.
No dia seguinte depois de sobreviver ao vexame de rir na cara do doutor, lá foi fazer o exame de sangue… “será que emagreci alguma coisa por ficar em jejum? Não sei, to me sentindo mais leve…”
Voltou ao médico com o resultado e o doutor com seu rosto de Costinha e jeito mole de falar já nem se lembrava dela “qual o problema?” “vim trazer o exame pro senhor” “aahh a senhora já esteve aqui? Sobre o que é mesmo?”
Foi difícil, mas pelo menos ele deu a receita….eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeehhhhhhhhhhhhh agora vai.

Dois meses de tratamento, o dia da balança chegou, tchanananannnnn…..1k5g. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAhhhhhhhhhhh

A mulher começou a achar que era problema de encosto, não é possível um negócio desse, “tô com encosto” ela falava, não teve dúvida procurou a famosa Madame Lola.

- Qual o pobema?
- Já fiz de tudo e não consigo emagrecer, tem um exú comigo, só pode ser.
- Tá amarrada, to veno que cê tá amarrada, isso é trabaio de mulé que qué te ve gorrrrda, é trabaio pa fica gorrrda.
- Pelo amor de Deus, desfaz.
- Pepeô, pepeô…que é trabaio difíço, custa caro.
- Caro quanto?
- 150,00, é o preço da libertação huuuummm eo eo
- Tá bom, mas desfaz isso, desfaz logo

A mulher pegou um ramo de ervas e batizou, pegou um copo com pinga, um saco de bolacha água e sal e um saco de leite B, juntou tudo numa cúia e começou a rezar com a erva na mão e três velas acesas:

“Oh quequequeoooohhhh, bate forte o tambô, emaguece a mulé oxalá, emaguece a mulé…queba o feitiço e as gurdura tudo que tem nela, queba esse papo, os pneus de caminhão, queba os braço mole e as coxa bamba, queba meu pai, queba meu pai...huuum e agora pelo puder que eu tenho das fonte dos santo das baía e dos desesperados eu digo e Ordeno que de frente ela vai parecer que tá de lado e de lado ela vai sumir eoeo.”

Depois ela parou, ficou calada e num súbito se virou e disse:

“Cê vai passar um mês comendo uma bolacha no café, uma no almoço e uma na janta e nos intervalo cê toma um dedo desse leite, passa essa erva todo dia no suvaco.

E não é que deu certo? A mulher emagreceu mesmo, deslanchou, agora me diga, o que você acha? Foi efeito de fé? Da dieta de bolacha e leite? Ou foi a erva no suvaco?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A menina do salto alto

Homélia era uma menina encantadora, adorava brincar com as coisas de sua mãe.
Passava horas e horas em frente a penteadeira, se arrumando fasceira para um príncipe, uma festa no reino vizinho, um jantar de comemoração e tudo o mais que sua vasta imaginação permitia. Vestia-se de jóias, lenços, saias e vestidos, passava o blush como quem pinta um quadro, numa delicadeza de flor.
Mas de todos os itens o que ela mais gostava eram dos sapatos de sua mãe, vesti-los em seus pés pequenos era como entrar numa nave espacial e viajar para um outro universo, onde ela era grande, elegante e adorada. Eram muitos os portais, tinha um amarelo canário de bico fico que ela usava em fantasias mais casuais como por exemplo, quando ela ia para seu escritório ou visitar a rainha da Inglaterra; o cor de rosa de bico redondo ela só usava quando era princesa; já o preto bico fino e salto 15 só era vestido para matar os inimigos de James Bond ou imitar a Liza; e sua mãe tinha muitos sapatos, eram cores quentes, frias e neutras, saltos finos, altos, grossos, baixos, bicos redondos, finos, com pedraria, laço ou liso, e tudo isso significa que situações não faltavam na cabecinha fantasiosa de Homélia que era tão criteriosa, mas havia dias também em que ela brincava com todos eles de uma vez, mas isso só quando era quinta feira - dia de desfile de sapato.
A menina foi crescendo, e seu pé foi se encaixando cada vez mais nas naves espaciais de sua imaginação, em compensação, ao passar do tempo sua imaginação ia cabendo cada vez menos nos sapatos.
Mas o fato é que a menina nunca deixou de amar sapato, tanto que ela cresceu, cresceu, cresceu e se transformou numa estilista de sapatos, e sua grife ia muito bem, muito famosa, até que um dia ela simplesmente não conseguiu mais criar nenhum modelo novo, sua imaginação tinha sido absorvida por um espaço negro que tomava conta de suas idéias, nada saía daquela cachola.
Dias e mais dias se passaram, nada lhe ocorria, nenhuma imagem, nehuma novidade, nem sequer uma idéia de cor...nada.
Homélia se desesperou, voltou para a casa da mãe fugida das cobranças de sua empresa, dos empresários, do público, de todos. Agora a menina sequer conseguia vestir um sapato.
O interessante é que agora os sapatos a deixavam triste e amargurada, acabou-se o sonho de menina.
Ela tentou buscar inspiração vestindo os sapatos de sua mãe, devorando catálogos de outras marcas, olhando os pés de celebridades, perguntando à pessoas ricas e famosas o que elas queriam, ela procurou olhar para tudo que era lindo e cintilante, buscou no glamour suas idéias, visitou joalherias, salões de festas, lojas de vestidos...e nada. Nada.
Homélia desistiu, jogou a toalha, deu um W.O. pra vida e ficou triste, muito triste, mais triste do que antes, Homélia ficou realmente deprimida, afinal de contas, esses foram os piores seis meses de sua existência.
Numa manhã Homélia acordou mais uma vez desolada, mas o dia estava lindo, o sol lá fora lhe chamava, ela então saiu, foi até o lago perto da casa de sua mãe, ela costumava brincar lá quando criança, foi lá pensar o que iria fazer da vida agora, andou seriamente em vender bolo pra fora.
Ao chegar no lago, sentou numa pedra e seu olhar se perdeu nas águas, ficou lá um tempão. Foi então que num suspiro longo ela percebeu ao seu lado uma borboleta, e encantada percebeu nas flores, no verde, no lago e em tudo uma outra realidade, Homélia se tornou de novo aquela menina dos contos de fada, das histórias mirabolantes e dos chás com a rainha. Homélia voltou a sonhar, e imersa nesse novo mundo de sonhos, onde tudo era mais colorido, mais vivo, mais brilhante, ela criou a coleção mais linda de sapatos que o mundo já viu e foi assim sucessivamente, pois agora Homélia, a menina, nunca mais abandonou o seu mundo de fadas e foi assim assim, na simplicidade da vida que Homélia realmente se tornou grande.
"O pior ignorante é aquele que ignora sua própria existência."

Aviso

Vai
Se apruma
Se arruma
Se faz chegar

Anda
Se entrega
Revela
O desejo escondido nesse olhar

Cuidado!
Se atente
Aproveite
Mas sem falhar

Escuta
Não seja surda
Nem absurda
Que absurdo é não saber sonhar

Tempo

Tempo que passa a cada instante,
a vida pára e continua como se não houvesse razão
Espera por alguém, por um momento, uma idéia,
um sorriso, um instante de prazer
Sentei-me calma n'algum canto
e tive sensações que me arrebatam o viver
E cada palavra que eu ouvia ou dizia
me lembrava um pouco de você
E aquele tempo, o tempo que não pára
e corre feito louco sem eu perceber
É um instante, um perturbo,
uma felicidade ter você...
Um tempo pra pensar,
um tempo pra falar,
um tempo pra escrever...
Meu tempo, seu tempo,
o tempo que me rege ao universo...
O tempo que eu insisto em viver.
Um segundo,
dois minutos,
uma hora,
um pequeno instante
e o tempo todo...
BASTA.