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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Disparidades

Quero controlar meus pensamentos
Quero conduzí-los a um ponto só
Quero mandar e desmandar nos sentimentos
Escolher a dedo o que desejo

Quero não ter que relutar comigo mesma
Quero ignorar o que não quero que me pertença
Quero nada na bagagem
Quero desprender-me de mim mesma

Mas que graça teria?
Como seria?
Sem desejo não há vontade
Sem vontade não há surpresa
Sem surpresa não há incógnitas
Sem incógnitas não há o que pensar

Se me vejo alheia de mim mesma
Vejo-me adormecida, em coma acordado,
sem perspectivas
E o que há pra se fazer na vida sem elas?
Sem as extremidades não há centro
Sem as relutâncias tudo fica sem graça

O que parece mais fácil
Pode ser o mais difícil
E se as disparidades provocam os pensamentos
Que venham todas, quero pensar, pensar, pensar até o fim.

Só um adendo de fim de tarde

Ao despertar do mais aconchegante sono ao som do acontecer do dia
Levanto preocupada em definir meus passos
Cada dia é um dia e cada decisão previne o que virá depois
No corre diário em busca de novos objetivos, aqueles do post-it a serem alcançados no final do dia, mil coisas acontecem, mil coisas surgem e mil coisas desaparecem
Work, work, work
É o som dos teclados,
Dos lápis,
Das estações de rádio,
Do toque do telefone,
Das palavras,
Dos saltos,
De nada.
Mas soam aos meus ouvidos esse eco que não me sai da cabeça.
Workaholics não se curam, pois sua vacina é apenas um disfarce
Somos formigas que não se cansam, e o limite não tem alqueire.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010