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sexta-feira, 5 de junho de 2009

As notícias não são boas. Há pouco tempo as pessoas acordaram para uma problemática muito antiga, a "crise da ecologia", a mídia passou a se interessar pelo assunto, cientistas começaram a soltar alertas globais, muita gente se espantou, outras apenas disseram "tá vendo! Eu disse..."

Mas o fato é que muitos se conformaram, muitos ignoraram e muitos se desesperaram.

Fiquei a par de uma série de informações e fiquei feliz ao saber que diversas empresas estão preocupadas com o assunto, há muito o que se discutir, porque há muito o que resolver, estamos exatamente num período da história da humanidade onde toda a catarse das ações do homem até aqui, se transformaram num grande redemoinho que nos levará à uma grande catástrofe geral. Eu digo isso porque quando falamos em sustentabilidade, preservação, consumo consciente, reciclagem, estamos falando também em capital de giro, economia global, matéria prima; a grande hironia da história desse bicho homem é que chegamos ao ponto em que todo o sistema econômico que conhecemos tão bem simplesmente não funciona mais e curiosamente ou não, talvez seja melhor a palavra certamente, o planeta apresenta suas dores e suas perdas que representam também as nossas dores e as nossas perdas, exatamente no mesmo momento.

Vejam só: Baseamos toda a organização das sociedades em algo inexistente, pois o dinheiro, acreditem ou não, não existe - sim meus caros, essa é uma afirmação totalmente verdadeira e acadêmica. Retomando, construímos uma teia organizacional complexa, utilizando uma fonte natural esgotável como peso de uma balança que do outro lado tem em sua base um simples papel, cujo valor é dado pela consciencia humana e por regras instituídas a partir de uma série de fatores que no final se baseiam apenas na mesma fonte esgotável - o ouro. E quando acabar o ouro? Passaremos a dar valor em nossa moeda através de que? Grafite? Aço? Água? É claro que o ouro existente no mundo por mais que seja esgotável, ainda existirá nos cofres públicos, mas a questão é, que na verdade o sistema é falho, causou consequências graves a nossa própria existência e trocando em miúdos...uma hora ele vai arrebentar.

Não estou dizendo também que a culpa é do capitalismo, não. A culpa é na verdade dos desejos exacerbados de nossa espécie. Talvez, quem sabe, se o consumo consciente existisse enraigado na consciência coletiva há alguns séculos, se assim que o homem descobriu o petróleo ele pensasse também em extrair energia do lixo principalmente ou como está acontecendo agora, extrair do metano das boiadas, quem sabe não estivéssemos agora vivendo com mais harmonia em nosso sistema ecológico e financeiro?

Se a idéia do coletivo fosse maior do que a idéia do individualismo, não tivéssemos tanta gente miserável de um lado e tantas mansões do outro?

Se o desejo de controle e dominação não fosse tão intenso, quem sabe tantas guerras não tivessem sido evitadas? Afinal houve um tempo em que falar mal do chapéu alheio causava mortes (referência à guerra do chapéu no noroeste da europa - guerra entre dois países porque um rei falou mal do chapéu da rainha do reino vizinho).

É muito triste ver a situação em que chegamos, pessoas estão pensando em como resolver e atitudes estão sendo tomadas, mas essa é deve ser uma ação de todos, pois são os pequeninos gestos que fazem toda a diferença nessa batalha e gigante. Não há mais espaço para a abstração dos problemas coletivos, pois TODOS fazemos parte do coletivo e o seu problema é o meu também.
Sentiremos muito o impacto de todas as mudanças e o seu processo perdurará por muitos e muitos anos, talvez o tempo de toda uma geração. Mas vamos pensar em quando vemos um filme de guerra e sentimos aquele patriotismo gritando em nosso peito e torcemos para que o nosso mocinho acabe com o vilão, vamos nos lembrar de todas as vezes em que vendo uma cena ou lendo um livro pensamos: "vale a pena, por isto vale a pena", vamos pensar agora naqueles que pregaram a paz com tanta sabedoria e tanto fervor e nos lembrar que eles diziam que para a guerra só basta o amor. Eles tinham razão.
Estamos em guerra, numa guerra sem bombas, sem armas, sem ódio. Esta guerra vale a pena, porque esta guerra é pela nossa SOBREVIVÊNCIA. Uma guerra contra as consequencias e contra a educação errada, os costumes egoístas e as vontades exacerbadas que temos enraigadas profundamente em nossas vidas, como um gene. Uma guerra contra nós mesmos.
Pra vencê-la só basta vontade, amor a si próprio e ao próximo e às gerações futuras e à este planeta. Só basta querer mudar e fazer para mudar.