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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nêga Fulô

De veste rendada
É bem apanhada
Dança e balança
Todo mundo vê.

Vem toda arrumada
E bem perfumada
O baile todo, ôh Nêga
Só quer ver você!

E se tem baile no morro
Não pode faltar,
O quadril solto da Nêga
Que vive a rodar.

Gingando bonito,
Ela anima a festa
Tem todo um encanto, ôh Nêga
Não nego procê.

Por isso se hoje tem festa
Ela tem que saber
Grita seu nome no morro
Que ela corre pra ver.

Chama a Nêga Fulô!
Chama a Nêga Fulô!
Chama a Nêga, traz a Nêga,
A Nêga Fulô!

Chama a Nêga Fulô!
A Nêga Fulô!
Chama a Nêga, traz a Nêga,
A Nêga Fulô!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

SER POMBA

Quantas pombas tem nessa cidade? Quantas pombas tem no mundo?
São milhares, incontáveis e se multiplicam cada dia mais.
E quem não reclama desses ratos com asa, dessa praga? Assim como são chamadas.
Passei por um canteiro hoje e vi ali um bando de pombas bicando a grama, eu que sempre detestei esses bichinhos de repente vi neles uma inocência tão grande e pura que até me senti mal por praguejá-las tanto, afinal são só pássaros.
Se paro pra definir uma pomba, coitadinha, é um bichinho miserável, passa a vida bicando o chão atrás de migalhas, seja ele um chão de mármore da entrada de um grande e suntuoso edifício ou então um chão imundo de um lixão qualquer, não importa onde esteja está sempre a bicar. E as doenças então? O que transmite de doença esse bichinho, é de assustar! Fora que essa é uma ave totalmente intrometida, ela não quer saber, voa de um jeito que muitas vezes temos de desviar. É isso que a torna a ave mais detestada do mundo, a tal da praga.
Mas peraê!
Quantas pessoas não são assim? Pombas. Pessoas que passam a vida tentando ganhar migalhas dos outros, bicando pra tudo quanto é lado, passando por cima de todos, sem dó. E essas pessoas também transmitem doenças graves, espalhando intriga, inveja, ódio por todo lugar que passam, mas com uma grande diferença, enquanto as pombas não têm absolutamente nenhuma consciência e são apenas mais uma espécie tentando sobreviver nesse mundo de pedra, essas pessoas têm total consciência e são uma espécie mesquinha tentando se aproveitar do mundo dos outros, tentando ganhar os espaços que não lhes pertencem a qualquer custo.
Agora a grande questão aqui é: Por que não conseguimos aceitar conviver com as pombas, mas aceitamos conviver com essas pessoas?
As pessoas podem ser desprezíveis, mas as pombas não podem se alimentar. Mais uma vez eu digo, como falta coerência nesse mundo....Saramago, que Deus o tenha, é quem estava certo, as pessoas estão CEGAS.
Eis a questão, quantas pombas tem nessa cidade? Quantas pombas tem no mundo?

terça-feira, 15 de junho de 2010

qui é ?!

Qui é que tú qué?
Tú qué caqui?
Caqui não tem aqui.

Qui é que tú tá quéto?
Qué matutá aqui?
Matuta mais de perto.

Causo de quê tú cai o zóio?
Tá co sono garrado?
Dorme cos anju, que tú dorme calmado.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Brasil - Tá pensando em quê?

Nesses últimos dias algumas notícias me chamaram a atenção, a primeira é sobre a discussão em relação à censura sobre a comédia, discussão aberta pelo grande jornalista Serginho Groissman, intitulada de "O humor deve ter limites? Ou os limites caracterizam a censura?". Hoje pela manhã vi uma manchete no site UOL noticiando que 50% dos estudantes brasileiros têm deixado a faculdade. A terceira claro, é sobre a polêmica seleção do Dunga. O que essas três coisas têm em comum?
Curiosamente ou não, pela manhã essas três diversas informações se cruzaram em minha cabeça e me levaram a refletir sobre os assuntos.
Eu sempre defendi que o ensino superior é muito importante e essencial desde que o aluno tenha pleno interesse em seu conteúdo e base escolar e cultural para poder se desenvolver em determinada profissão com louvor.
Aí é que está. Eis para mim a base de tudo.
Confesso que já fui e ainda sou muito criticada por esse pensamento, mas entendam que essa visão se traduz no seguinte, não podemos negar que a educação no Brasil ainda é muito falha, nunca vou me esquecer dos meus antigos alunos da turma de artes numa ong da periferia de São Paulo, crianças e adolescentes de 8 a 16 anos com dificuldades absurdas para escrever e para ler, conhecimento zero sobre artes, política e cidadania. Daí eu me pergunto, por quê?
Ao mesmo tempo que estive presente nessa realidade, conheci muitos alunos de escolas particulares e situação social mais elevada que podiam até saber ler e escrever (ainda com muitos erros de português), mas também não tinham conhecimento sobre artes, sobre política, etc.
Todas essas constatações me levaram a concluir que de fato, repito, temos uma educação pública lastimável e um desinteresse mais lastimável ainda por parte da população em qualquer conhecimento necessário.

Existem muitas bibliotecas públicas que guardam obras belíssimas e valiosas da literatura; museus com entrada gratuita pelo menos num dia da semana; casas de cultura oferecendo oficinas gratuitas de diversas linhas; cursos gratuitos profissionalizantes; palestras sobre diversos assuntos acontecendo em toda parte em faculdades e instituições e até mesmo em igrejas; bibliotecas móveis; espetáculos de dança, teatro, circo, música, acontecendo gratuitamente em todos os pontos da cidade; mas ainda sim o público de tudo isso é pequeno. Há pessoas que nem sequer param pra pensar se alguma coisa desse tipo existe. E é por isso que digo com toda certeza: falta interesse do público e falta divulgação e incentivo do governo.

Mas o mercado de trabalho é exigente, exige um diploma. Lá vão milhares de estudantes sem base cultural, sem base em conhecimentos gerais fazer faculdade e se formam sem louvor, se transformando em profissionais medianos, ou será que teremos também que negar que o mercado de trabalho não está cheio de profissionais medianos e ineficientes? Ou será que só eu escuto tantas reclamações de tantas pessoas?
Existe uma grande confusão de valores no Brasil, a partir do momento em que se valoriza um pedaço de papel no lugar do conhecimento e do valor humano, acho que precisamos parar e pensar!

E aí vem o comediante fazer o seu papel de divertir as pessoas e apontar o que ele vê, e como artista que é, ele certamente vê muita coisa errada, certamente faz uma série de piadas sobre política e sobre comportamento humano e certamente muita gente não entende, muita gente critica, muita gente censura, porque certamente não teve base pra poder entender uma piada e talvez até seja infeliz em sua vida profissional, porque se formou numa faculdade pra arrumar um emprego, quando ele devia ter se formado numa faculdade para seguir uma profissão. Talvez por isso tanto mal humor ou falta de compreensão dele.
E depois do público, senhoras e senhores, porque não a censura do próprio governo que bem quietinho e comendo pelas beiradas vai podando daqui, podando dalí e querendo censurar, e muitas vezes conseguindo censurar, porque afinal de contas é um governo que não estimula que não muda, que não aplica o máximo de energia possível para que sua população seja grande intelectualmente, pois não esqueçamos que o Brasil não é só São Paulo, Rio e Minas, também temos Cuiabá, Rio Branco, todo sertão nordestino...o Brasil é grande meu caro! Tem muita gente que não sabe nem o nome do presidente, mas pelo menos somos um país que vive de aparências, não é?
Somos o Brasil da Copa! Somos o país em que todos conhecem muito bem o futebol e podemos criticar à vontade, afinal o assunto agora é futebol, talvez muita gente nem se lembre que é ano eleitoral quando começarem os jogos, afinal de contas o Brasil é muito grande, deixe que outro pense em seu lugar, não é mesmo?

O que quero dizer é: Por que vivemos com as extremidades? Por que não buscarmos o equilíbrio? Não quero ser utopista e talvez eu até esteja sendo um pouco, mas por que não podemos ser um Brasil que lê; que ri de suas desgraças, mas reflete sobre elas; que não censura, colabora; que assiste futebol, lê o jornal, procura saber quem é o seu candidato e que participa muito mais, muito mais mesmo do que da roda de malhação do Dunga.
Foi por isso que essas notícias se cruzaram na minha cachola pensante.
E você? Pensa o que sobre isso?

série trechos de obras incompletas: 1

"É no silêncio que guardo as angústias, no meu casulo invisível onde as lamúrias se escondem e gritam sem voz. Sentimentos plenos e revoltos que dançam, que brigam, que batem, que xingam, que existem de uma maneira singular, tomando o espaço do vazio do silêncio da paz."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Velho Papel

Até parece a inversão de dois papéis
Até parece que voltamos aos mil réis
A construção de um bordel sob as estrelas
O céu pintado por um tom de azul turquesa
Caiu...
Desmoronou...

Voltamos ao passado, tudo cai como Babel
A nossa história agora é imagem pintada em velho papel.

A vida passa e para a frente agente olha
Mas não é tudo que acontece dessa forma
Algumas vezes o silêncio fecha a porta
Os movimentos vão pra trás e tudo fica sem resposta.

Eu soube que o segredo dessa vida é a ilusão,
Mas se você se ilude pode perder a razão.
Não sei o que é certo, o que é errado, o que é você
Só sei que a nossa vida não tá certa e eu já nem sei mais porque.

Pára! Olha! escuta o relógio.
Grita! Chora! Esperneia e fecha os olhos.
Escuta o eu digo, não discuta seja são
Nosso conto de fadas morreu por falta de imaginação.

Voltamos ao passado, tudo cai como Babel
A nossa história agora é imagem pintada em velho papel.

terça-feira, 20 de abril de 2010

frase solta

"Me rasga o peito, a ilusão que me causa o olhar de desejo ao despertar de teu beijo intenso."

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Maria Eugênia da Glória

Hoje eu estive na casa de Maria Eugênia da Glória, uma menina muito simpática, meio atrapalhadinha, confusa (não é muito certa da cabeça), sofre de cacuete, mas é um doce de menina. Estive lá exatamente porque a menina inventou moda, ela agora tem cacuete de caguetar, virou a maior dedo duro da cidadezinha onde mora, não tem um cidadão que passe ileso, fez coisa boa ela fala, fez coisa ruim ela fala, e fala, e fala mesmo.
No último sábado ela soltou: "-Vi o moço todo troncho, fazê arvoroço com uma pichilinga na caritó".
Pronto! A confusão tava armada, Maria Eugênia não dava explicação de nada e cada um que interpretasse como bem queria. Partindo disso ouviu-se falar que tinha um sujeito entrando no galinheiro do Seu Lima; ouviu-se também que traficantes tavam dando propina pra delegacia; que tinha mendigo fazendo festa pro coisa ruim a noite...isso tudo porque as palavras que ela usa dão margem pra muita coisa, pois significam muita coisa, caritó por exemplo pode ser desde uma moça solteirona até um lugar escuro e pequeno, pichilinga é uma coisa bem pequenininha ou então doença de pele, troncho é pobretão ou desajeitado; e toda vez que alguém perguntava pra ela, a resposta era a mesma: "-Vi o moço todo troncho, fazê arvoroço com uma pichilinga na caritó".
Mas de todos os comentários, o que mais deu pano pra manga foi de um crime. Existia uma solteirona na cidade, a Nereide, ela havia sumido há dias, ninguém sabia dela, por coincidência havia aparecido um forasteiro que andava meio de lado por conta de uma leve corcunda. O boato foi tão forte que o caso foi parar na delegacia e ganhou repercussão nacional. A conclusão que a cidade havia chegado era que o forasteiro corcunda havia "dado um trato" na Nereide solteirona com a sua pichilinga (coisa pequena), ela não aguentou, desfaleceu e ele tratou de sumir com a desfalecida.
Olha o tamanho do problema! O caso foi a tribunal.
- Maria Eugênia da Glória! Testemunha ocular. Assim chamou o promotor.
- O que a senhorita viu naquela fatídica noite?
- Vi o moço todo troncho, fazê arvoroço com uma pichilinga na caritó.
- Por um acaso o moço a quem se refere é aquele moço? E aponta para o sujeito.
- É! Acho que é!
- E o que exatamente ele fazia?
- O maior arvoroço com uma pichilinga na caritó.
- A senhorita pode nos dizer se havia intenção de matar?
- Com certeza, a intenção era essa, qual poderia ser se não essa.
- Pode nos descrever o ato?
- O ato foi meio confuso, ele não tava sabendo usar a pichilinga.
- A senhorita poderia ser mais clara?
- A senhorita poderia usar outras palavras?
- Posso.
- Então por favor, nos descreva a cena usando outras palavras.
- Vi o moço todo torto e atrapalhado coitado, fazendo uma bagunça com uma pinça pequena na gaiola dos caranguejos.
- (com uma feição de horror) O que ele fazia com os caranguejos?
- Tava tentando matar, pra cozinhar.
- E onde estava Dona Nereide?
- Dona Nereide? Não sei.
- Mas ela não estava lá?
- Evidente que não, caso contrário eu teria dito que: Vi o moço todo troncho, e a Dona Nereide fazê arvoroço com uma pichilinga na caritó".
Moral da história: Não tire conclusões precipitadas.
Ah! Querem saber de Dona Nereide? Ela foi correndo pra capital a chamado de uma sobrinha que estava tendo seu primeiro filho, ela foi ajudar e está viva.

Fim.

Workaholic - Ser ou não ser?

Entre um milhão e quinhentas mil coisas a fazer fui diagnosticada essa semana com pneumonia avançada, resultado, repouso absoluto. Por um triz escapei da internação que seria para mim com certeza uma ponte para o caos. Mas ontem eu fui lembrada de uma coisa, do qual já tinha consciência, mas é o tipo de coisa que tendemos a abstrair no dia a dia, sou uma Workaholic, totalmente dominada pelo trabalho. Mas o que pensar sobre esta condição? Existe mesmo um equilíbrio entre dedicação e perfeição?
Vamos começar pelas características:
- Todo workaholic vê seu trabalo como algo importante e significativo e se sente altamente responsável por aquilo que lhe cabe.
- Tem tendências ao perfeccionismo
- Coloca o trabalho sempre em primeiro lugar
- Faz das tripas coração para atender a todos
- Não vê limite no volume de tarefas
etc.....

Essas são algumas características, existem outras tantas que só um viciado no trabalho, sua família e seus amigos conhecem.
Voltando a questão anterior: Existe mesmo um equilíbrio entre dedicação e perfeição?
Sinceramente eu até hoje não encontrei essa resposta. Quando nos dedicamos à algo, colocamos todo nosso potencial criativo, afetivo em tal coisa, agora para entendermos melhor este termo, seremos literais, no dicionário temos dedicação: s.f. Afeto extremo, devoção para com alguém ou alguma coisa.Consagração de um edifício, de um templo.
Agora de seus sinônimos: Abnegação e devoção.

Abnegação: renúncia da própria vontade;desapego do interesse próprio;generosidade com sacrifício;altruísmo, isenção. A abnegação é uma das virtudes de uma alma caridosa.

Devoção: s.f. Piedade, sentimento religioso; dedicação ao culto de Deus e dos santos.Respeito, afeição, dedicação.

Se ser dedicado ao trabalho significa respeitá-lo, admirá-lo, sacrificar-se para realizá-lo, transpor limites físicos e psíquicos. Sou culpada! E como a partir desses sentimentos não querer o objetivo de forma perfeita?
Posso dizer que boa parte da pressão posta no trabalho de um workahlic parte dele mesmo, mas como não ceder as pressões daqueles que esperam que seu trabalho seja de fato perfeito? Como não ceder aos prazos? Como não ceder aos que lhe cobram responsabilidades? Como não ceder ao fato de que é Seu Nome que no fim das contas entra em jogo? E nome é nome, não é? Vale mais do que dinheiro.
Num mundo extremamente competitivo, onde é preciso galgar muito para conseguir algo, é difícil ficar "sossegado" enquanto um milhão de pessoas atrás de você tentam lhe engolir a todo momento. A concorrência é grande e a crítica é cruel.
Já ouvi também que o workaholic é egoísta e ambicioso. Opa! Tudo bem que no fim das contas todo trabalhador quer ser reconhecido pelo seu trabalho, afinal, todos querem seu lugar ao sol. Mas como uma pessoa altamente dedicada pode ser egoísta? Afinal, o resultado do trabalho apenas reflete em seu "criador", o trabalho em si vai sempre para o outro. Um advogado que defende uma causa e ganha recebe os louros por sua vitória, mas a causa ganha é de seu cliente. O médico recebe as graças por ter salvo uma vida, mas quem ganhou a vida foi o paciente. O mecânico recebe o crédito por ter restaurado o carro, mas quem ganha e aproveita o carro é seu dono. O ator recebe o aplauso do público, mas quem ganha é o público que pôde assistir àquela obra e se emocionar, aprender, gerar opinião, analisar, são eles que assistem.
Quem é o egoísta?
E como não ter ambição? Ouve-se muito essa palavra com uma conotação arraigada na malevolência, mas está errado, a ambição é aquilo que propulciona o sujeito a melhorar, a querer superação. Não esqueçamos que o mal está no exagero! Sei que é ambíguo citar tal frase num artigo como este, mas por mais que um workholic seja "exagerado" em trabalhar demais, ele ainda sim não ultrapassa os limites da decência para conseguir algo. Quem faz isso é o super ambicioso por dinheiro, o super ganâncioso por poder; o workaholic tem na sua visão ambiciosa apenas cumprir com êxito seu dever e receber o seu devido crédito por isso, nada mais justo.
E você? O que acha? O workaholic é um produto do mercado ou de si mesmo? Existe o equilíbrio real ? Ou apenas acreditamos nele para não enlouquecermos coletivamente? Pense nisso.

quarta-feira, 3 de março de 2010

(poeminha)

Tenho que dizer que isso não se faz
Causar um sentimento,
Perturbar a minha paz e ir embora
Não

Toda vez que penso
Em como me livrar
Desse sentimento que sufoca o meu peito e me afoga
Que faz meu corpo balançar

Eu não encontro uma resposta para usar
Sou livro em branco esperando alguém riscar
Umas palavras que possam solucionar meu coração

Tenho para mim, que sempre soube sim
O perigo que era crer no seu amor por mim
Até parece que nunca fui feliz assim

Não vou cair na solidão
Ser uma vítima da ilusão
Fiz uma promessa, vou te esquecer
Mas por toda a vida no meu peito vou levar você.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Disparidades

Quero controlar meus pensamentos
Quero conduzí-los a um ponto só
Quero mandar e desmandar nos sentimentos
Escolher a dedo o que desejo

Quero não ter que relutar comigo mesma
Quero ignorar o que não quero que me pertença
Quero nada na bagagem
Quero desprender-me de mim mesma

Mas que graça teria?
Como seria?
Sem desejo não há vontade
Sem vontade não há surpresa
Sem surpresa não há incógnitas
Sem incógnitas não há o que pensar

Se me vejo alheia de mim mesma
Vejo-me adormecida, em coma acordado,
sem perspectivas
E o que há pra se fazer na vida sem elas?
Sem as extremidades não há centro
Sem as relutâncias tudo fica sem graça

O que parece mais fácil
Pode ser o mais difícil
E se as disparidades provocam os pensamentos
Que venham todas, quero pensar, pensar, pensar até o fim.

Só um adendo de fim de tarde

Ao despertar do mais aconchegante sono ao som do acontecer do dia
Levanto preocupada em definir meus passos
Cada dia é um dia e cada decisão previne o que virá depois
No corre diário em busca de novos objetivos, aqueles do post-it a serem alcançados no final do dia, mil coisas acontecem, mil coisas surgem e mil coisas desaparecem
Work, work, work
É o som dos teclados,
Dos lápis,
Das estações de rádio,
Do toque do telefone,
Das palavras,
Dos saltos,
De nada.
Mas soam aos meus ouvidos esse eco que não me sai da cabeça.
Workaholics não se curam, pois sua vacina é apenas um disfarce
Somos formigas que não se cansam, e o limite não tem alqueire.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tudo se vai

Vou flutuando nas asas de um passarinho
que é só pra ver o meu amor partindo
foi tão bonito, foi hora de tristeza
ver minha flor correr na correnteza
e é assim
tudo se vai na vida
chega, parte, não se evita
mas é de todo gostoso
sensações que valem mais que o ouro
costurando na alma um tesouro
que é pra guardar sempre assim.

Está no ar

A parte de toda a realidade, há um sonho de beleza e felicidade que reina nos ares do mundo. Em cada suspiro de amor, suspiro de dor física ou moral, suspiro com suor, suspiro de adeus, suspiro de alívio e suspiro por apenas suspirar, carrega uma esperança frutífera de desejos diversos que seja qual for a idéia, o objetivo nada mais é do que todos os outros no mundo, o prazer da felicidade.