Era dia de São João e naquela terra a tradição se perpetuava no tempo, bandeirolas coloridas, fitas nos mastros, imagens de santo e muita comida, esse era o dia mais feliz do ano naquela vila.
Dentre todos os convivas da tradição uma moça se destacava, dançava ao lado da fogueira, vestida com uma blusa de renda e uma saia de chita azul, cabelos soltos e encaracolados, neles uma fita branca de cetim, seu balançar era fino, delicado e seus pés nas pontas impulsionavam seu corpo no ritmo da música e sua harmonia se confundia com o balançar do fogo e das bandeirolas.
Por um instante sua imagem pareceu o vento, mas seu sorriso doce nos lembrava de que era humana ou talvez anjo, caído na terra com toda sua graça e leveza de flor.
E o rodopiar bonito de sua saia contagiava a todos e num instante estavam brincando de rodar e a visão agora era não só de uma nuvem azul, e sim de um colorido campo de flores ao vento. Mas sua força vinha daquela saia, daquele corpo em harmonia que só fazia contagiar de alegria aquela fuzarca.
O fim da festa é o fim de um momento, não de um sentimento que se instala no peito naquele movimento do levar do momento que fica eterno ao longo do teu caminhar, seja ele o quanto durar.
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